Guerra & Paz (War And Peace / Guerre et paix)
Direção: Robert Dornhelm
Roteiro: Lorenzo Favella, Enrico Medioli
Duração: 480 min.
Gênero: Drama, romance, guerra.
Categoria: Mini-série (4 episódios)
Elenco: Alexander Beyer (Pierre Bezukhov); Clémence Poésy (Natasha Rostova); Dmitri Isayev (Nikolaj Rostov); Andrea Giordana (Pai – Sr. Rostov); Hannelore Elsner (Mãe – Sra. Rostova); Teresa Gallagher (Sonja); Alessio Boni (Príncipe Andrej Bolkonsky); Malcolm McDowell (Pai - Príncipe Bolkonsky); Valentina Cervi (Princesa Marja Bolkonsky); Benjamin Sadler (Dolokhov); Toni Bertorelli (Vasilii Kuragin); Violante Placido (Helene Kuragin); Ken Duken (Anatole Kuragin); Hary Prinz (Denisov); Brenda Blethyn (Márja Dmitrijewna Achrosímowa).
Encantada, fascinada, deslumbrada, apaixonada, sei lá, um desbunde só!!! E isso é apenas o início da rasgação de seda que posso fazer sobre esta maravilhosa mini-série. Sempre sou tendenciosamente preconceituosa com adaptações das grandes obras literárias – tudo bem que nada supera o livro – mas, esta é uma das mais belas e intensas histórias de Tolstoi, adaptada de uma forma venerável e inesquecível. Grandiosa, para tentar ser mais específica. Para quem nunca leu Tolstoi, com certeza, após assistir a esta mini-série vai ter a curiosidade e a vontade de abrir o livro e devorá-lo. Mas vamos aos detalhes…
A história é famosa e se passa no período de 1805 a 1820, durante a invasão de Napoleão a Rússia. Envolve três famílias, os Rostov, os Bezukhov e os Bolkonsky. Pierre Bezukhov é filho bastardo de um conde e acaba sendo reconhecido por este antes de sua morte. Tem como grande amiga e confidente a jovem Natasha Rostova. Esta por sua vez se apaixona pelo príncipe casado Andrej Bolkonsky, que também é muito amigo de Pierre. A guerra vem e muda radicalmente a vida das três famílias e dos amigos. Sofrimento, coragem, intrigas, paixões avassaladoras, e amizade. O que fica muito claro durante toda a série é a cativante amizade entre Natasha e Pierre. Aconteça o que acontecer, ambos são fiéis para com um e o outro, e apenas amigos. Não quero contar a história aqui, pois perde toda a graça para quem vai assistir, mas não me lembrava mais dos detalhes do livro e de quão bela é esta amizade.
Outra coisa que me fascinou na série foi a belíssima trilha sonora de Jan A.P. Kaczmarek, embalada por valsas e grandes clássicos eruditos.
A riqueza dos cenários e de todo o figurino, nem se fala, impecável. E o elenco... bem, isso é um caso a parte.
O mais famoso aqui nesta produção certamente é Malcolm McDowell – o eterno Laranja Mecânica – mas com um elenco quase todo formado por atores desconhecidos do grande público (muitos franceses, italianos, alemães, poloneses, russos e ingleses), o que poderia ser uma catástrofe, foi fascinante. Ao invés de ficarmos babando com um monte de gente famosa, vemos atores lindos e excelentes em seus papéis, e que nos dão a certeza da viagem no tempo. O belíssimo príncipe Andrej Bolkonsky é italiano; a encantadora e delicada Natasha é francesa (talvez vocês lembrem dela em Harry Potter no papel da Fleur Delacour); o sensível e gentil Pierre é alemão; sem falar que o ator que faz o Nikolaj Rostov é russo... E por aí vai. Nesta babel européia, aprendemos novos nomes, conhecemos novos atores do circuito europeu e temos a certeza que nem tudo que é fantástico vem de Hollywood.
Somente uma série deste nível para me dar uma boa sacudida e fazer com que eu voltasse a escrever. Foram às 8 horas mais bem gastas na frente da TV. Não cansei, não enjoei e nem quis deixar para ver o restante depois. Vi toda, completinha, de uma vez só! Foi boa parte do domingo, mas valeu cada segundinho.
Teve uma cena, em específico, que eu me apaixonei, quando Natasha dança uma valsa com o príncipe Andrej – juro, a sensação é como se você é quem estava bailando lá, uma leveza, você se sente flutuando. Encantador…
Mais que recomendo esta mini-série. Se você gosta de história, de um bom romance, de boa música e de um dos cenários mais lindos do mundo que é a Rússia czarista, vale conferir.
“O sofrimento é irrelevante se for em nome da glória” [Príncipe Andrej Bolkonsky]