quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Intocáveis – O segundo suspiro

Intocáveis (Intouchables)

intocáveis Ano: 2011

Direção: Olivier Nakache / Eric Toledano

Duração: 112 min.

Gênero: Drama / Comédia.

Elenco: François Cluzet (Philippe); Omar Sy (Driss); Anne Le Ny (Yvonne); Audrey Fleurot ( Magalie); Clotilde Mollet (Marcelle); Alba Gaïa Kraghede Bellugi (Elisa).

“Philippe (François Cluzet) é um aristocrata rico que, após sofrer um grave acidente, fica tetraplégico. Precisando de um assistente, ele decide contratar Driss (Omar Sy), um jovem problemático que não tem a menor experiência em cuidar de pessoas no seu estado. Aos poucos ele aprende a função, apesar das diversas gafes que comete. Philippe, por sua vez, se afeiçoa cada vez mais a Driss por ele não tratá-lo como um pobre coitado. Aos poucos a amizade entre eles se estabelece, com cada um conhecendo melhor o mundo do outro.”

Filme inspirado no livro “O Segundo Suspiro” de Philippe Pozzo Di Borgo.  intouchables-car

Um desbunde. Essa é a melhor palavra para descrever esse filme. Geralmente, filmes baseados em histórias verídicas são tristes, dramáticos e profundos. Não é o caso de “Intocáveis”. A história no filme deveria ser triste e cheia de dramalhões, mas não é. É mais do que isso. É uma risada de alegria, uma gargalhada de deboche. Cada cena, por mais estranho que pareça, é acompanhada por um sorriso. Isso mesmo, um sorriso em pleno drama. Muito se deve a atuação espetacular de Omar Sy, esse ator negro lindo e com um sorriso deslumbrante que cativa o telespectador desde a primeira cena. É uma figuraça!!! E sem falar no cheio de pompa Philippe, interpretado divinamente pelo francês François Cluzet – lembro-me dele no filme John & Janis. 

Daí dá para entender o sucesso desse filme no mundo todo, ainda mais sendo uma produção francesa e não americana. 

Muito já se escreveu sobre esse filme, afinal, ele ficou hiper badalado. Por isso não quero entrar em detalhes. Só digo uma coisa: ASSISTA! Vale cada segundo. Se você estiver triste, se você estiver alegre, independente do estado de espírito, ASSISTA! Ele levanta seu astral de uma maneira incrível. Recomendadíssimo. Diversão garantida, com direito a suspiros, torcidinha e tudo mais.

  Excelente

 

 

O Segundo Suspiro (Le second souffle suivi Du Diable gardien)

SegundoSuspiro Ano: 2012

Autor: Philippe Pozzo di Borgo

Editora: Intrínseca

Brochura – 21 x 14 cm

1ª Edição – 232 pág.

"Philippe Pozzo di Borgo era um executivo de sucesso e herdeiro de duas tradicionais famílias francesas. Porém em 1993 sua vida sofre uma reviravolta dramática quando, após um acidente de parapente, ele fica tetraplégico. Na mesma época, sua mulher, Béatrice, enfrenta uma doença terminal. Em meio à dor, Pozzo di Borgo isola-se em sua luxuosa casa em Paris e passa a ter como acompanhante o argelino Abdel, genioso e desinibido com as mulheres - mas que, por trás de sua fachada temperamental, também sofre da solidão e da sensação de deslocamento. Entre o aristocrata e seu 'diabo guardião', surge uma inesperada camaradagem que transforma suas vidas. Abdel introduz em seu cotidiano a aventura e o imprevisível, e Pozzo di Borgo descobre que, mesmo nas mais adversas das condições, é possível cultivar um intenso apetite pela vida, voltar a amar e ser amado."

Este livro foi escrito em duas partes. A primeira edição francesa estava esgotada e compreendia o período da vida de Philippe até 1998, conhecido como “O segundo suspiro”. Com o lançamento do filme “Intocáveis”, a editora propôs ao autor reeditar o livro com o complemento “O diabo guardião”, que compreende o período de 1998 (quando termina O segundo suspiro) até 2004. Com isso, fica claro que, a primeira parte do livro é a amostra do verdadeiro Philippe, um cara muito egoísta e cheio de problemas e que, mesmo com a mulher sofrendo de um câncer agressivo, ele continuava a olhar mais para o próprio umbigo do que para o mundo ao seu redor. Com o filme, veio à necessidade de abrir mais as informações sobre Abdel e o seu papel junto a Philippe e a Béatrice. Não que ele não fosse importante, bem pelo contrário, ele ensinou e mostrou outro mundo e outra maneira de ver o mundo a Philippe. Mas é justamente aí que eu me frustrei com o livro.

Tudo bem que, para se fazer o filme, foram necessárias diversas adaptações e algumas sutis alterações na história. Mas no livro é como se o Philippe só tivesse acordado para olhar o Abdel com outros olhos após a filmagem do documentário (não do filme) sobre sua vida. Ele só começa a detalhar a relação de amizade entre eles somente em “O diabo guardião”, e contar mais das maluquices do Abdel e da sua própria humanização.Abdel e Philippe

Um detalhe intessante é como surgiu o nome “Intocáveis”, pois vem daquela casta famosa indiana das pessoas impuras. Na sociedade que Philippe vivia, Abdel Sellou – um homem bruto, vindo do norte da África, além de tudo mulçumano – estava na pior das piores situações da escória que vive nos guetos das cidades francesas, ou seja, ele era pra lá de “intocável”, e na situação que Philippe passou a viver após o acidente e a morte de sua esposa, fez ele se sentir também “intocável”, o tipo de pessoa que ninguém queria por perto. Isso, só fica claro no livro, nos pequenos detalhes que Philippe vai abrindo aos poucos, mas de uma forma um tanto quanto confusa.

Em resumo, a história é interessante, mas como em raros casos, o filme é pra lá de grandioso, e eu realmente esperava bem mais do livro. Um bom livro que, por muitas vezes cansativo, por causa das viagens e divagações excessivas do Philippe. Mas não passa disso. Dá para ler numa tarde sem ter nada o que fazer. Fiquei muito frustrada. Lembro de que, quando terminei de ver o filme, saí direto para comprar e devorar o livro, já que o filme era tão fantástico, o livro deveria ser insuperável! Mas não foi. Um bom livro, mas não passa disso. Não espere muito.

 transy_BOM

sábado, 28 de janeiro de 2012

A revolução do cinema nacional: 2 Coelhos

Depois de um longo tempo de ausência, voltei a postar… Aêêêêê!!! Aleluia!!! Mas sem sacanagens, é sério, eu tinha que voltar a postar, deixar de ser tão preguiçosa e escrever sobre coisas interessantes a se ouvir, ler ou ver. Bem, sinto que voltei em grande, para não dizer, enorme estilo, porque meu povo, esse filme que me fez sair do ócio (e olha que o ócio as vezes é saudável) levanta até defunto!!! Bem, vamos ao que interessa…

2 Coelhos 

2 COELHOS Ano: 2012

Direção: Afonso Poyart

Duração: 108 min.

Gênero: Ação; Nacional. 

Elenco: Fernando Alves Pinto (Edgar); Alessandra Negrini (Júlia); Caco Ciocler (Walter); Marat Descartes (Maicom); Thaíde (Velinha); Thogun (Bolinha); Neco Vila Lobos (Henrique); Roberto Marchese (deputado Jader); Robson Nunes (parceiro de Velinha); Norival Risos (pai do Edgar).

Edgar (Fernando Alves Pinto) encontra-se na mesma situação que a maioria dos brasileiros: espremido entre a criminalidade, que age impunemente, e a maioria do poder público, que só age com o auxilio da corrupção.
Cansado de ser vítima desta situação, ele resolve fazer justiça com as próprias mãos e elabora um plano que colocará os criminosos em rota de colisão com políticos gananciosos.
Na medida que o plano de Edgar é executado, descobrimos pouco a pouco suas reais intenções e sua história, marcada por um terrível acidente e um amor que ele jamais esqueceu. 2 Coelhos é um enigmático suspense de ação onde cada minuto vale mais que todo o passado.

Tem dois filmes de ação que amo de paixão:  Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (1998) e Assassinos Por Natureza (1994). Hoje eu assisti a 2 Coelhos, e tive a nítida impressão de que, pela primeira vez, na história da minha vida, um filme de ação nacional conseguiu me emocionar. Adrenalina na dose certa! Era como seu eu tivesse num filme do Guy Ritchie com o roteiro do Tarantino, mas não, é um filme nacional, e de primeira linha! Esbabaquei!

2 Coelhos – para entendê-lo coloque no liquidificador o Guy Ritchie (para quem não conhece o ex-sr. Madonna – afe!) e mistura ele com o Tarantino, bata até ficar no ponto de ebulição e o resultado dessa mistura se chama AFONSO POYART, gravem esse nome! Essa cara é (se não é ele, tem que virar) o gênio que deu nova vida ao cinema brasileiro. Velocidade, câmeras nervosas, trilha sonora, fotografia, efeitos especiais e põe especiais nisso!!! Tudo lembra o estilo de dois grandes gênios do cinema de ação moderno – Guy Ritchie e Tarantino - mas com uma super dosagem de cinismo e emoção, que fazem a adrenalina subir e atiça a curiosidade de saber onde tudo aquilo vai dar.2coelhos2

Fui seduzida desde o primeiro segundo do filme. Não tem como não alucinar com a velocidade do vai e volta dos fatos. Das imagens e dos desenhos impactantes. Aquele negócio meio vídeo game, meio desenho, meio Hamlet (“ser ou não ser, eis a questão”), mundo nerd, bandidos malvados, políticos corruptos. Fantástico! E tenho certeza que vai ter muito bundão por aí dizendo que o cinema nacional foi corrompido e agora resolveu copiar filmes americanos! Danem-se! Filmaço! Copiar coisa nenhuma. Afonso Poyart investiu no que tem de melhor dos filmes de ação: um fio para uma boa estória, um elenco afinadíssimo com o conceito do filme, uma trilha sonora incrível (parabéns ANDRÉ ABUJAMRA e MÁRCIO NIGRO), ação sem exagero e muita narração! Amo filmes narrados com velocidade. Dá uma sensação meio voyeur, como se você fosse um observador bem de pertinho, dentro da cabeça da pessoa que narra tudo. É um bate-e-volta alucinante, mas muito bom.

O elenco é uma outra história. Nele temos bandidos famosos (Thaíde, Thogun, Marat Descartes, Robson Nunes, entre outros), mocinhos fofos (Caco Ciocler e Fernando Alves Pinto), mocinha gostosa (Alessandra Negrini) – filme brasileiro não pode faltar a “gostosa”. Mas sem sacanagem, a Alessandra Negrini está linda neste filme, e como sempre dá um banho como atriz, ela tem um ar de deboche eterno fascinante! E tem o político corrupto (Roberto Marchese) e o advogado safado (Neco Vila Lobos). Os mocinhos não são tão mocinhos assim - o Caco Ciocler dispensa comentários, pois mais do que já provou ser um excelente ator e um fofo. Mas nesse filme ele está com um visual de foragido do Afeganistão. Não gostei daquela barba! E o Fernando Alves Pinto eu não conhecia, muito prazer! Arrasou! Fernando mais parece uma mistura de Tyler Durden (Clube da Luta) com Johnny Quid (Rock’n’Rolla). Jeito de bobo mas puro ácido! Muito bom! Ahhh! Os bandidos… Eles são tão bons na bandidagem e na maldade que conseguem arrancar risos em cenas de pura hemorragia. Isso é uma sacada genial, pois quebra a violência dessas cenas com a sutileza do riso.

E tudo isso vem embasado numa trilha sonora trabalhada com muita genialmente por André Abujamra e Márcio Nigro. Puro deleite com Lenine (Paciência), Radiohead (Exit Music), Tom Waits (I’m still here), Titãs (Será que é disso que eu necessito), 30 Seconds To Mars (Kings and Queens), Matanza (Imbecil) e, como não poderia faltar uma musiquinha ruim, Avassaladores (Sou foda). Tudo bem! Filme com bandido tem que ter funk. Não é preconceito, mas realidade.

Não falei da história e nem vou falar, pois quem quiser comprovar, levanta a bunda do sofá e vai para o cinema. Meu povo, sabe quanto tempo eu não pisava em um cinema? Séculos! Morro de preguiça de enfrentar aquelas filas, e sair do conforto do meu precioso sofá e da telona da tv. Mas esse filme valeu! E se eu tiver chance, assistirei novamente! É muito bom! Para fãs do gênero de ação, esse filme não deixa nada a desejar a qualquer filme estrangeiro. Valeu cada segundo que eu não consegui despregar o olho da tela. Muito bom! Amei e recomendo. Segue o link da página do filme… http://2coelhosofilme.com.br/#videos

transy_EXCELENTE

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