domingo, 30 de janeiro de 2011

Mais que um clichê...

O Discurso do Rei (The King’s Speech)

Ano: 2011

Direção: Tom Hooper

Duração: 118 min.

Gênero: Drama

Elenco: Colin Firth (Rei George VI – Bertie para a família); Helena Bonham Carter (Rainha Elizabeth); Derek Jacobi (Arcebispo Cosmo Lang); Geoffrey Rush (Lionel Logue); Calum Gittins (Laurie Logue); Jennifer Ehle (Myrtle Logue); Dominic Applewhite (Valentine Logue); Ben Wimsett (Anthony Logue); Freya Wilson (Princesa Elizabeth); Ramona Marquez (Princesa Margaret); Michael Gambon (Rei George V); Guy Pearce (Rei Edward VIII – David para a família); Patrick Ryecart (Lord Wigram); Simon Chandler (Lord Dawson); Claire Bloom (Rainha Mary); Orlando Wells (Duque de Kent); Tim Downie (Duque de Gloucester); Timothy Spall (Winston Churchill).

Fantástico! Esta é a palavra para definir “O Discurso do Rei”. Eis uma aula de como fazer um filme emocionante sem ser de ação, ou 3D, ou cheio de papagaiada. Basta ter nas mãos um bom roteiro e um elenco de mestres da atuação para que o sucesso seja imediato. Não é à toa que “O Discurso do Rei” está com 12 indicações nesta 83ª edição do Oscar. Melhor Filme; Melhor Diretor (Tom Hooper); Melhor Roteiro Original; Melhor Ator (Colin Firth); Melhor Ator Coadjuvante (Geoffrey Rush); Melhor Atriz Coadjuvante (Helena Bonham Carter); Melhor Fotografia; Melhor Edição; Melhor Trilha Sonora Original; Melhor Direção de Arte; Melhor Figurino; Melhor Mixagem de Som.

Em 16 de janeiro de 2011, no Golden Globe Awards, considerado a prévia do Oscar, Colin Firth já arrastou o prêmio de Melhor Ator de Drama. Tudo indica que poderá ser o ganhador do prêmio maior com sua excelente atuação em “O Discurso do Rei”.

Sou fã ardorosa do Colin Firth desde seu apaixonante Mr. Darcy, mas como Bertie ele está simplesmente insuperável. Você vê todo o drama, todo o sofrimento e todo o desespero em seus olhos quando ele, Duque de York, tem que falar em público. Ele consegue passar para o espectador o medo, a tristeza, a vergonha e principalmente a solidão e o desespero de ser um homem público gago. Você sente com ele toda essa agonia. É simplesmente fantástico!

Isso sem falar no show à parte de Geoffrey Rush. Este notável ator australiano de 59 anos, já reconhecido pela academia por seu papel em Shine, agora tem mais uma chance de angariar outro Oscar com seu eloquente Lionel Logue, um homem que não se rende ao medo por respeito a um rei, mas se entrega nessa total amizade em busca de uma confiança há muito perdida.

E temos por fim a estranha Helena Bonham Carter, em um papel de âncora como Elizabeth (a Rainha Mãe), pois é ela quem dá a base e o apoio necessário a Bertie para que ele não desista e supere seus traumas e medos. Uma atriz fascinante quando está longe dos estranhos e obscuros personagens de seu marido (Tim Burton).

Um filme cheio de diálogos, de emoção e dramas. Esta é a história de um rei, um rei por ocasião, pois não lhe foi dado o trono como herdeiro principal após a morte de seu pai. O trono lhe veio somente após seu irmão David (Rei Edward VIII) abdicar de seu reinado para poder se casar com o amor de sua vida, Wallis Simpson, uma americana divorciada. [Um aparte: não gostei da forma como Edward foi retratado, nos dá a nítida impressão que ele era um homem totalmente fútil e inconsequente, dominado por uma mulher insuportável. Mas isso é outra história.] Voltando ao que interessa... Bem, Bertie, antes de ser coroado Rei, começa a tratar-se com o Sr. Lionel Logue, que o ajuda a controlar sua gagueira. Deste trabalho nasce uma grande amizade, onde profundas cicatrizes serão curadas com o tempo e muita perseverança.

O Discurso do Rei” é um filme brilhante, sem firulas e sem cenas de ação. É basicamente composto de diálogos e interpretações veneráveis. Se prendam aos detalhes, aos olhares de desespero, de súplica, de aceitação e apoio. É quase inconcebível aceitar a cena de um Rei aos gritos de shit, shit, shit, fuck you, fuck you, fuck you. Chega a ser até engraçado.

Fico imaginando toda a agonia que este nobre inglês passou durante boa parte de sua vida – como se não bastassem todos os protocolos, floreios e normas de comportamento e vivência – para controlar sua gagueira perante uma multidão de pessoas que contam com você como um ser quase divino. Deveria ser algo realmente sufocante e desesperador.

Para nós, pobres mortais, seres comuns, ser gago já é complicado, pois ser diferente normalmente é motivo de chacota. Imagine para um governante, um rei. Nada na vida vem fácil, e mesmo para um rei, ele teve muito mais batalhas pessoais a serem travadas e conquistadas, e superação é isso. Essa é uma história de superação e de amizade, um clichê bem batido em Hollywood, mas feito de uma forma primaz e contundente. Vale conferir.Excelente

sábado, 29 de janeiro de 2011

Impetuosa Adèle Blanc-Sec

As Múmias do Faraó (Les aventures extraordinaires d'Adèle Blanc-Sec)

as-mumias-do-farao_Les-aventures-extraordinaires-d-Adele-Blanc-Sec Ano: 2010

Direção: Luc Besson

Duração: 105 min.

Gênero: Aventura

Elenco: Louise Bourgoin (Adèle Blanc-Sec); Mathieu Amalric (Dieuleveult); Gilles Lellouche (Inspecteur Léonce Caponi); Jean-Paul Rouve (Justin de Saint-Hubert); Jacky Nercessian (Marie-Joseph); Philippe Nahon (Professeur Ménard); Nicolas Giraud (Andrej Zborowski); Laure de Clermont-Tonnerre (Agathe Blanc-Sec).

Adèle é uma jovem e aventureira repórter capaz de qualquer coisa para conseguir o que quer. Ela vai até o Egito em busca da cura da doença de sua irmã, na tumba secreta de um faraó. Ao retornar para Paris, ela percebe que o pânico tomou conta da população. Um ovo de dinossauro de milhões de anos se chocou misteriosamente no museu e a criatura está aterrorizando a cidade. Além disso, coisas estranhas continuam acontecendo no museu. Mas, nem o perigo e nem todo mistério por trás dos curiosos acontecimentos impedirá Adèle de conseguir salvar sua irmã. Prepare-se, a aventura está apenas começando!

Primeiramente sou fã de Luc Besson e A-M-E-I essa homenagem a um dos maiores cartunistas franceses Jacques Tardi. Raros os casos como os cartuns de Asterix e Tintim, no Brasil, nunca se ouviu falar de Adéle Blanc-Sec, esta impetuosa, cínica e corajosa repórter dos quadrinhos de Tardi. Personagem de sucesso na França, no período de 1976 a 2007, Adèle era até então desconhecida da maior parte do público brasileiro. E para não mudar o estilo, assassinaram o título do filme com o nome em português de “As Múmias do Faraó” – de quem será que foi essa idéia criminosa de escolher um título tão chinfrim assim??? Vale morrer!!!les_aventures_extrodinaires_dadele_blanc-sec_final_poster Até o pôster original é mais interessante!

Vamos ao que interessa...

Adèle na verdade é uma Indiana Jones de saia, só que com menos efeitos especiais e com muita impetuosidade feminina. Ela é cínica de doer, pensa rápido como o MacGyver, apronta como o Indiana e no fundo é tão louca quanto Rick O'Connell, essa é a heroína desse filme! Ela não obedece ninguém, e faz o que dá na telha para atingir seu objetivo. E tem as múmias, sim, elas aparecem na metade do filme, roubam a cena e fecham a trama, mas não justifica a escolha do nome em português.

Luc Besson arrasa ao recriar o visual da virada do século de uma França charmosa antes da I Guerra Mundial, o cuidado com os pequenos detalhes, um figurino impecável e fotografia espetacular. Há piadas desnecessárias, vilões que poderiam ser apagados da trama, mas nada que atrapalhe a diversão.

Sem muitos efeitos especiais, Les Aventures Extraordinaires d'Adèle Blanc-Sec é um filme de aventura que garante uma sessão da tarde divertida e interessante para todos os gostos e idade. Como tudo que Luc Besson faz, eu gostei e vale conferir. E mais uma vez, a parceria Luc Besson e Eric Serra funciona muito bem na trilha sonora. Interessante

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Vive La France - Romain Duris

Romain Duris Ontem sofri uma overdose de Romain Duris (28/05/1974 – 36 anos), este jovem ator francês que além de ter uma cara de canastrão, ser meio feioso, é extremamente talentoso e charmoso (!?!). Duris é um daqueles casos raros que foi descoberto, aos 18 anos, no meio da rua pelo diretor Cedric Klapisch, que buscava um protagonista para o seu filme Le Peril Jeune. De lá para cá, foi somente glórias. É um dos atores mais respeitados da França e já teve 3 indicações ao Cesars (equivalente francês ao Oscar). Ele é muito gaulês para o meu gosto, mas os dois filmes que vi dele gostei da sua atuação. Afterwards (2008) é um filme tenso, às vezes até monótono, mas de uma realidade dolorosa, afinal, a morte é a nossa única certeza na vida, e devemos estar preparados para quando ela chegar. Enquanto Heartbreaker (2010) é uma comédia bobinha romântica, bem ao estilo francês, mas divertida na medida certa.

Depois de Partir (Et Apress / Afterwards)

afterwards Ano: 2008

Direção: Gilles Bourdos

Duração: 107 min.

Gênero: Drama; Suspense

Elenco: Romain Duris (Nathan); John Malkovich (Doctor Kay); Evangeline Lilly (Claire); Pascale Bussières (Anna); Sara Waisglass (Tracey); Reece Thompson (Jeremy).

Nathan é um brilhante advogado que mora em Nova Iorque e possui uma carreira brilhante, bem diferente de sua vida pessoal que desmoronou após a morte prematura de seu filho e do seu sofrido divórcio com Claire, seu único amor. Um dia ele conhece o doutor Kay (John Malkovich), um médico misterioso que se apresenta como o "Mensageiro" e alega pressentir quando alguém está próximo da morte. Nathan custa a acreditar na profecia do médico, até que ele testemunha alguns acontecimentos que confirmam as palavras do tal médico e mostram que seus dias na terra estão se esgotando.

Como já disse é um filme tenso, monótono em alguns pontos, mas muito interessante. Nos faz questionar sobre a preparação da alma, do corpo e da mente para aceitar a morte, o que é inevitável. Uma das partes mais dolorosas é o questionamento do jovem de 17 anos que sabe que vai morrer, pois tem uma doença degenerativa, mas não aceita esta dor e nem a compaixão das pessoas. Ele se revolta com a situação e com o carinho e apoio que as pessoas tentam dar a ele nesta hora tão difícil. O desfecho é interessante.

O filme, como um todo, é uma maneira sutil de nos mostrar algo que sabemos que mais dia menos dia vai acontecer, para todos, sem exceção. Ninguém é eterno. E o que podemos fazer é quando chegar a hora, estarmos preparados. Funesto, mas verdadeiro.Interessante

Como Arrasar Um Coração (L'arnacoeur / Heartbreaker)

L-Arnacoeur-affiche Ano: 2010

Direção: Pascal Chaumeil

Duração: 105 min.

Gênero: Romance; Comédia

Elenco: Romain Duris (Alex Lippi); Vanessa Paradis (Juliette Van Der Becq); Julie Ferrier (Mélanie); François Damiens (Marc); Héléna Noguerra (Sophie); Andrew Lincoln (Jonathan Alcott); Jacques Frantz (Van Der Becq); Amandine Dewasmes (Florence); Jean-Yves Lafesse (Dutour); Jean-Marie Paris (Goran).

Alex Lupi é um sedutor profissional. Juntamente com sua irmã Mélanie e seu cunhado Marc, eles comandam um negócio para destruir relacionamentos indesejados. A missão de Alex é seduzir e abrir os olhos de sua presa para que ela se afaste do noivo, marido, ou namorado indesejado pela família ou amigos. Alex é contratado para seduzir Juliette Van Der Becq, filha de um milionário obscuro que está para casar em uma semana com o homem mais perfeito do mundo. Mas há um problema, Alex acaba se apaixonando por Juliette e muita coisa acontece até o dia do casamento.

Bem, esse roteiro é manjado, muito batido e bem bobinho, mas o filme é divertido e tem como personagens principais a considerada bela (eu não acho!) Vanessa Paradis (senhora Johnny Depp) – ela é uma mistura de Kate Moss com Madonna – e o feioso/charmoso Romain Duris, este é um caso a parte, pois basta você olhar a cara do canastrão fazendo choro que você morre de rir ou ele fazendo a dançinha de Dirty Dancing ao estilo Patrick Swayze, genial!!!

O filme cumpre sua missão de divertir sem entediar e sem os super-efeitos hollywoodianos, mas com aquele humor gaulês refinado. Vale conferir como uma boa sessão da tarde.BOM

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O milagre dos girassóis

Elvis & Anabelle - O Despertar de uma Paixão (Elvis & Anabelle)

Elvis.e.Anabelle.O.Despertar.de.Um.Amor.DVDRIP.Xvid.Dublado Ano: 2007

Direção: Will Geiger

Duração: 106 min.

Gênero: Romance; Drama

Elenco: Blake Lively (Anabelle); Max Minghella (Elvis); Joe Mantegna (Charlie); Mary Steenburgen (Geneva); Keith Carradine (Jimmy).

Anabelle é uma rainha de beleza em uma pequena cidade sendo preparada, por uma mãe ambiciosa, para ser rainha do concurso Miss Texas. Após ganhar o tão sonhado título, ela morre tragicamente de um infarto fulminante. Durante o embalsamento, Anabelle ressuscita milagrosamente na funerária do jovem Elvis, um rapaz cheio de responsabilidade para com seu pai doente, que se vê obrigado a abandonar seus sonhos. Desde então, os dois passam a ter uma relação muito forte e descobrem juntos o amor, a liberdade e a felicidade... Mas eles precisarão enfrentar com muita força aqueles que se opõem a esse amor.

Imagine “Branca de Neve” sem os sete anões... É mais ou menos assim. A linda jovem Miss Texas dorme o sono eterno dos mortos quando o “príncipe encantado” - estranho jovem embalsamador tímido – seduzido pela beleza da defunta resolve dar uma de necrófilo e sapeca uma bicota (beijinho nos lábios) da doce e gelada Anabelle. Tchan!!! E eis que ela acorda! Igual a Branca de Neve! Só que em vez de ela estar no bosque ela está na sala de embalsamamento da funerária Moreau. Nada romântico, mas perfeito para a ocasião.

Assim começa essa linda e estranha estória de amor.

A miss e o esquisito. Algo mais ou menos a Bela e a Fera. Uma visão dos desenhos da Disney de uma forma mórbida e tremendamente romântica.

Você se encanta com Elvis, um jovem tímido, responsável, que cuida com todo amor e carinho de um pai doente (Charlie – Joe Mantegna está excepcional, como sempre, em sua atuação). Ele não tem vergonha de ser quem ele é, e mesmo sem licença, ele assumiu os negócios e a profissão do pai, que já não tem mais condições de trabalhar. Mas Elvis não acredita em milagres, nem em coisas boas, somente no amor do pai e nos contos de terror que ele escreve.

Por outro lado tem a linda Anabelle, princesa criada para ser rainha, por uma mãe que só pensa em si mesma e que manipula a vida da filha, juntamente com um padrasto que só de olhar você logo imagina as barbaridades que ele pode ter feito com a menina quando criança – isso fica implícito. A vida da bela Anabelle não é fácil, de concurso em concurso desde criança, ela viu sua infância passar ao longe e nunca se sentiu livre para viver.

Ao acordar na casa funerária, Anabelle passa a ver sua vida e o mundo com outros olhos e crê que ali, aconteceu um milagre. E ela busca apoio em Elvis e em Charlie para ajudá-la a ver o mundo de outra forma. Juntos, eles formam o casal mais improvável do mundo, mas de uma beleza e cumplicidade única.

"Para toda tragédia que acontece neste mundo, há sempre uma coisa milagrosa que resulta dessa tragédia."

É um filme antigo, mas como somente ontem eu o assisti, tive que postar, pois é bom demais para deixá-lo fora do blog. Um filme lindo, sensível, e meio mórbido mas muito, muito fofo. Vale conferir. Amei a trilha sonora.

Interessante

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Attraversiamo...

Comer, Rezar, Amar (Eat, Pray, Love)

Comer Rezer Amar Ano: 2010

Direção: Ryan Murphy

Roteiro: Ryan Murphy e Jennifer Salt (baseado na obra de Elizabeth Gilbert)

Duração: 133 min.

Gênero: Romance; Drama

Elenco: Julia Roberts (Liz Gilbert); I. Gusti Ayu Puspawati (Nyomo); Hadi Subiyanto (Ketut Liyer); Richard Jenkins (Richard from Texas); Billy Crudup (Stephen); Viola Davis (Delia Shiraz); A. Jay Radcliff (Andre); Mike O'Malley (Andy Shiraz); James Franco (David Piccolo); Javier Bardem (Felipe); Christine Hakim (Wayan Nuriasih); Anakia Lapae (Tutti); Arlene Tur (Armenia); David Lyons (Ian); T.J. Power (Leon); Tuva Novotny (Sofi); Luca Argentero (Giovanni); Giuseppe Gandini (Luca Spaghetti); Elena Arvigo (Maria); Andrea Di Stefano (Giulio); Lidia Biondi (Ruffina) ; Emma Brunetti (Paola); Chiara Brunetti (Claudia); Rushita Singh (Tulsi); Ritvik Tyagi (Madhu); Micky Dhamejani (Rijul).

Liz Gilbert (Julia Roberts) tinha tudo o que uma mulher moderna deve sonhar em ter – um marido, uma casa, uma carreira bem-sucedida – ainda sim, como muitas outras pessoas, ela está perdida, confusa e em busca do que ela realmente deseja na vida. Recentemente divorciada e num momento decisivo, Gilbert sai da zona de conforto, arriscando tudo para mudar sua vida, embarcando em uma jornada ao redor do mundo que se transforma em uma busca por auto-conhecimento. Em suas viagens, ela descobre o verdadeiro prazer da gastronomia na Itália; o poder da oração na Índia, e, finalmente e inesperadamente, a paz interior e equilíbrio de um verdadeiro amor em Bali. Baseado no best-seller autobiográfico de Elizabeth Gilbert, Comer, Rezar, Amar prova que existe mais de uma maneira de levar a vida e de viajar pelo mundo.

Muita gente baixou o sarrafo neste filme, mas eu, particularmente gostei. Ainda não li o livro, mas com toda certeza vou lê-lo muito em breve.

Uma coisa que os homens não entendem é que, chega um momento na vida da mulher que ela começa a questionar todo o seu modo de vida e sua existência, e isso acontece, geralmente, entre os 30/40 e poucos anos.

Quantas de nós já não agiram como Liz Gilbert, e chutaram o pau da barraca no meio de um relacionamento fadado a monotonia e a chatice, que não se acomodaram com a mesmice e deram um basta, um cansei, nisso tudo? Várias! Atire a primeira pedra quem nunca fez isso. Seja no amor, com a família, com os amigos ou até mesmo no trabalha, chega uma hora que a necessidade de mover-se e mudar é muito maior que a segurança medíocre do comodismo. Aí você explode e se rebela! Adoro isso! É preciso se renovar de tempos em tempos. Trocar a pele como cobras, para poder viver, respirar e sentir coisas novas. E esse filme especificamente fala sobre isso...

Muita gente atacou o filme por ser cheio de jargões, mas ele é lindo assim. Tolinho, bobinho e romântico. Isso é filme para mulherzinha, bem “Julia”, “Sabrina”, “Bianca”. Não é filme para marmanjo Ultimate Fighting; tem um monte de filme de porrada por aí para vocês assistirem e criticarem à seu bel prazer. Mas nessa praia, coisa de “meninas”, vocês não sabem nada. E nem adianta vir com papo cabeça.

A história é muito fofa, a fotografia é excepcional – babei com todas as imagens de Roma – veramente bella – e as comidas, meu Deus! “Comer”! Delícia! Muitos italianos se ofenderam com a imagem caricata retratada pelo diretor, mas essa é a imagem que o mundo tem deles, feita por Hollywood desde “Candelabro Italiano”. Uma certeza: que toda aquela italianada sabe viver bem, numa cidade linda e comem melhor ainda. As imagens das comidas nos dão apetite só de olhar. Hummmmm.... Fome!

Da bela Itália ela segue para a Índia (nada no mundo me faz pensar em querer ir em um lugar como aquele), para um retiro espiritual onde faz trabalho voluntário, novos amigos e aprende sobre seu eu interior, meditação e cultura local. Apesar da parte “Rezar” ser tremendamente importante para a busca pessoal de Liz, eu me vi distante do filme nesse momento, achei até monótono. Talvez seja porque eu não gosto do lugar.

E daí, ela volta para Bali, para buscar seu equilíbrio e encontrar o personagem mais figuraça do filme, que é o curandeiro e guia espiritual Ketut Liyer (Hadi Subiyanto), uma mistura de velhinho banguela simpático com canastrão enrolador de turistas bobocas. Mas ele, por sua vez, acaba encaminhando Liz para o seu “attraversiamo” onde ela descobre como “Amar”, apesar do medo e da perda do seu tão precioso equilíbrio.

“As vezes, perder o equilíbrio por amor faz parte de viver a vida em equilíbrio.”

Uma outra coisa que achei encantadora é o comentário do filho de Felipe (Javier Bardem) que fala de como as vezes ele ficava com vergonha quando o pai chegava e dava bicota nele e seus amigos ficavam zoando, mas essa demonstração de carinho fazia o seu pai alegre, então ele desistiu de pedi-lo para parar. Me vi como o pai, pois sou muito afetuosa com minha filha que, ela mesma já me disse que tem hora que eu a sufoco. Coisas de mãe bobona e melosa! Os filhos, para pais assim (como eu), nunca crescem, mesmo já sendo adultos, olhamos para eles e vemos sempre um “bichinho” de 12 anos...

E por falar em Javier Bardem, ele está másculo e sexy como o brasileiro Felipe, que de brasileiro não tem nada, só a bossa nova no fundo musical, mas tudo bem. É filme fofo, deixa passar.

Nunca fui muito fã da Julia Roberts (pura inveja! Ela pegou o Richard Gere em “Uma Linda Mulher!”), mas ela está lindíssima neste filme. E com a combinação de uma fotografia espetacular, pode-se dizer que em alguns momentos ela está divina!

E para finalizar fica a lição de que para nossa felicidade completa é necessário darmos a mão a quem precisa, que devemos olhar para o próximo com compaixão e sermos solidários, que o mundo foi feito para ser desbravado com coragem e que verdadeiros amigos, a gente conquista para todo o sempre. E Deus, em sua magnitude, nos mostra que o amor é sempre possível, basta estarmos aberto a ele. E que comer bem é sinal de felicidade e não de gordura!

Se você não gostou da história e ainda assim vai encarar essa película, bem, aproveite as belas imagens, tem cada lugar incrível! E a trilha sonora também é muito boa.

No geral, eu amei! Recomendo. Quero ler o livro. Tenho que ler o livro. Preciso ler o livro!!!

Excelente

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Eu voltei...

Depois de tanto tempo de ausência, voltei. Muita coisa aconteceu de lá pra cá. Finalizei (?) a mudança; arrumei a casa; fiquei um um pouco mais de um mês sem computador (deu problema na placa); vieram as festas de final de ano (foram ótimas!!! - família vai bem e todos com saúde!); li alguns livros (postarei sobre eles) e já estava morrendo de saudade de escrever no blog. Virou vício, sabe? Mas vou abrir este ano de forma diferente...

Uma surpresa agradável... Lola Magazine

lolamag-capa-jan-2011 Há muito tempo eu não lia uma revista de moda voltada ao público feminino tão inteligente, moderna e humana. Amei! Estava eu, há uma semana atrás, em um posto no INSS (!?!?), acompanhando minha mãe e uma tia quando resolvo fazer SUDOKU (é mara para passar o tempo - pequeno vício) e eis que a minha tia saca de sua bolsa MK (fofíssima!!!) uma Lola Magazine e me diz: "Cris, tenho uma revista nova que está na sua 4a. edição que creio que você vai gostar." Eu dispensei na hora, pois pensei ser uma daquelas revistas femininas que nos põe pra baixo, que a cada página virada tem uma anoréxica vestindo roupas esquisitas feitas para a passarela  e que só mostra mulheres photoshopadas e plastificadas. Sempre detestei essas revistas que, em vez de nos levantar a moral e fazer bem ao nosso ego de mulheres humanas, faz é nos jogar pra baixo, para o sub-solo da lixeira e nos dá a certeza (absoluta) de que nunca deveríamos ter saído debaixo do edredom. Bem, mas minha tia insistiu e eu cedi, a contra gosto, posso afirmar, e acabei abrindo a Lola e... Que surpresa agradável! Lola é chique sem arrogância, divertida, informativa e muito, muito inteligente! Uma maneira gostosa e leve de apresentar coisas boas e interessantes. Eu amei! Parabéns a Editora Abril por essa sacada brilhante, afinal, depois de séculos só lendo na internet sobre moda, vida, casa e coisas de viagem, apareceu no papel impresso algo inteligente que não menospreza o meu cérebro. A revista vem recheada de entrevistas maravilhosas, de dicas de lugares a se conhecer e onde comprar, algumas coisas caras, mas - as vezes - o bom custa caro. Mas nem isso torna o pacote arrogante. Achei divina a reportagem sobre as mulheres que envelhecem com dignidade. Lembrei na hora da minha postagem sobre ""Cartas Para Julieta" (07/09/2010). Eu nunca fui muito fã de moda, nem de marcas e nem de certas frescurinhas que a maior parte das mulheres adoram. Talvez seja por causa da minha criação, ou a falta de grana para bancar o luxo. Como uma mulher simples, normalíssima, mãe e dona de casa não me senti mal ao ler Lola, bem pelo contrário, me senti voando, entrando em cada lugar que eles indicavam para se fazer compras, para viajar, me senti bem, mulher e supervalorizada. Juro que a sensação era que eu estava sentada em um bistrô em Paris lendo Lola e tomando um café bem forte e gostoso. Engraçado é que eu nunca estive em Paris.

Bem, Lola Magazine taí, nas bancas, e vale muito conferir o quanto é saudável para a mente e para os olhos (talvez seja um exagero dizer para o espírito também) dar uma lida nessa bela revista. Eu recomendo, comece o ano com coisas boas... Comece com Lola Magazine. Beijos...

Excelente

Related Posts with Thumbnails