terça-feira, 5 de abril de 2011

Mais que um armário

O Primeiro Que Disse (Mine Vaganti)

mine_vaganti_ver4_xlg Ano: 2010

Direção: Ferzan Ozpetek

Duração: 110 min.

Gênero: Drama; Romance; Comédia

Elenco: Riccardo Scamarcio (Tommaso Cantone); Nicole Grimaudo (Alba Brunetti); Alessandro Preziosi (Antonio Cantone); Ennio Fantastichini (Vincenzo Cantone); Lunetta Savino (Stefania Cantone); Ilaria Occhini (La nonna - avó); Bianca Nappi (Elena – irmã de Tommaso); Carmine Recano (Marco); Massimiliano Gallo (Salvatore – marido de Elena); Paola Minaccioni (Teresa); Gianluca De Marchi (Davide); Mauro Bonaffini (Massimiliano); Giorgio Marchesi (Nicola); Matteo Taranto (Domenico); Gea Martire (Patrizia); Daniele Pecci (Andrea); Elena Sofia Ricci (Luciana Cantone); Giancarlo Monticelli (Raffaele Brunetti).

Esta não é uma comédia comum. Está envolta em dramas e histórias paralelas mal resolvidas. Mais parece um drama...entrevista_ferzan_mine vaganti

Ela começa com a avó, Ilaria Occhini, lembrando do dia de seu casamento e de sua escolha. Cenas de um flashback cheio de culpas e amor não correspondido. E tem também a história da tia Luciana, uma figura excêntrica e devassa que disfarça seu amante como um assaltante. Da irmã Elena, dona de casa frustrada que é casada com o insignificante Salvatore (o típico cunhado!). A mãe Stefânia, doce e submissa mulher que vive sucumbida aos hábitos e fofocas da classe média. O pai Vicenzo, homem machista, intolerante e preconceituoso, preso aos velhos e tradicionais costumes locais; um déspota, pois tem uma amante. O irmão mais velho, o belo Antonio, que trabalha na fábrica da família e é o braço direito do pai nos negócios. E Alba, filha do sócio, uma jovem independente e sedutora, que vê alegria e liberdade em tudo o que faz.

Mas na verdade essa é a história de Tommaso, um jovem homem frustrado que, como o filho mais novo, dessa tradicional família italiana, espera-se que deva seguir os passos da família na fabricação de massas. À ele e ao seu irmão Antonio, deve ser dado controle da empresa da família.

Mas Tommaso, não tem o menor interesse na fábrica e ele confessa para Antonio que é gay, e que deseja permanecer em Roma e para perseguir seu sonho de escrever. Contudo, assim que Tommaso está prestes a sair do armário durante o jantar, Antonio interrompe e revela seu próprio segredo. O pai se revolta com a situação de seu primogênito e o expulsa de casa. No mesmo instante sofre um infarto e vai para o hospital.

Assim começa a trama intensa, cativante e confusa de Tommaso. Dirigida brilhantemente pelo turco Ferzan Ozpetek, mostra a homofobia e os preconceitos de uma família italiana tradicional.

O Primeiro Que Disse é leve, ensolarado e com uma pitada de drama na medida certa. Mostra, claramente, que o preconceito, como sempre, não leva a nada, somente a perdas e sofrimento. E que, a parte qualquer lição de moral, a vida é para ser vivida, amada e respeitada, independente de qualquer coisa.

Amei a cena da avó devorando os docinhos... Meu coração ficou em mil pedaços de amor-perfeito, mas a felicidade é assim, mesmo que tão tênue.

A cidade em que é retratado o filme, é Lecce (cidade natal do meu sogro). Com um centro histórico fascinante, não tem como não se apaixonar pelos cenários dessa bela cidade do sul da Itália.

Apesar de ter achado o final meio nonsense, é um belo filme e com uma história cativante. Garante um pouco de risos e lágrimas, mas com toda certeza eu recomendo. Vale conferir. Interessante

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails