Uma nova visão de Robin Hood

Robin Hood (2010)

Ano: 2010

Direção: Ridley Scott

Duração: 148 min.

Gênero: Aventura

Elenco: Russell Crowe (Robin Longstride); Cate Blanchett (Marion Loxley); Max von Sydow (Sir Walter Loxley); William Hurt (William Marshal); Mark Strong (Godfrey); Oscar Isaac (Prince John); Danny Huston (King Richard The Lionheart); Eileen Atkins (Eleanor of Aquitaine); Mark Addy (Friar Tuck); Matthew Macfadyen (Sheriff of Nottingham); Kevin Durand (Little John); Scott Grimes (Will Scarlet); Alan Doyle (Allan A'Dayle); Douglas Hodge (Sir Robert Loxley); Léa Seydoux (Isabella of Angoulême).

Ver mais uma refilmagem de Robin Hood não me atraía. Embromei muito para criar coragem e ver este filme. Mas, após meu marido me dizer que era um filmaço (tudo bem que ele gosta de filme de pancadaria) e que era bem diferente de todos os Robin Hood que eu já tinha visto na vida, fui convencida a dar uma chance, afinal, são de Sir Ridley Scott alguns filmes que eu adoro - Blade Runner (1982 – com Harrison Ford), Gladiador (2000 – com Russell Crowe), Cruzada (2005 – com o Orlando Bloom), Um Bom Ano (2006 – com o Russell Crowe), e por aí vai... – é, eu tinha que conferir.

Foi uma grata surpresa assistir Robin Hood – versão 2010 – de Sir Ridley Scott. Não é à toa que eu sou fã dos filmes dele. E mais uma vez, a parceria Ridley e Russel deu certo. Em alguns momentos, principalmente nas cenas de batalha, eu me via assistindo novamente cenas grandiosas de Gladiador ou Cruzada, claro, é óbvio! É o estilo do diretor! Sempre vai existir as comparações. Quanto a Russel Crowe, ele é um homem marcante, que transpira testosterona por todos os poros, que domina a cena em que participa, e sua voz (“My name is Gladiator”) - que voz! - dá um frio na espinha só de pensar, mas isso é Russel Crowe! Seja em Robin Hood, em Gladiador ou em Um Bom Ano, ele sempre será marcante e sempre nos remeterá para junto de algum de seus personagens. Seu Robin Hood não tem as firulas e gracinhas dos seus antecessores. Bem pelo contrário. Seu Robin Hood é cru, bruto, um homem do povo, que lutou nas cruzadas e viu o sangue escorrer por suas mãos. Sua demonstração de afeto é muito sutil, quase imperceptível, como deveria ser, pois ele não é um lord ou um sir, ele é apenas um arqueiro com grande presença de espírito e personalidade, que se prendeu a uma promessa e a uma chance que a vida lhe deu. A própria Lady Marion foge ao estereótipo que marcou sua personagem no passado. Cate Blanchett nos mostrou uma Lady Marion mais participativa e mais humana, uma mulher forte e batalhadora, sem firulas. A química entre Russell Crowe e Cate Blanchett foi perfeita e, por mais sutil que possa parecer, é sentida a tensão que emana entre os dois. Adorei a combinação!

E, mais uma vez, Mark Strong continua se especializando no papel de vilão, após seus Lord Blackwood (Sherlock Holmes) e Frank D'Amico (Kick-Ass), ele foi premiado com o personagem mau caráter Godfrey. E pensar que ele fez o mocinho bondoso Mr. Knightley ao lado da Kate Beckinsale, na adaptação de Emma (1996), de Jane Austen.

Outro ator dos filmes de Jane Austen que está presente em Robin Hood é o querido e fofíssimo Matthew MacFadyen (eterno Mr. Darcy), que faz o papel do detestável Sheriff de Nottingham. Ele está horroroso, feio de doer! Não sei como conseguiram transformar aquela coisa fofa naquilo, mas ficou genial, irreconhecível - a gente só sabe que é ele por causa da voz.

O filme tem como base um ótimo elenco, que conta também com Max von Sydow e William Hurt, entre outros. Com belos cenários e uma fotografia excepcional, que já é uma marca registrada de Ridley Scott, o filme não chega a ser grandioso, mas é marcante e muito interessante, tendo em vista que é uma nova visão sobre a vida de Robin Longstride antes dele se transformar na lenda - Robin Hood. E como não poderia deixar de ser, o final todos já conhecem, pois é do final que começam os demais filmes sobre Robin Hood. É clichê? Claro! O que em Hollywood não é clichê? Mas e daí?! É diversão na certa. Gostei.