quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Olinda - Um caso de amor...

OlindaPor que me apaixonei por Olinda? Simples, muito simples... Porque Olinda é linda! O Centro Histórico me fascina, tudo naquele lugar cheira a lendas e histórias antigas a serem vistas e desvendadas. Sinto uma paz enorme quando passeio por suas ruas, desde o Varadouro, passando pelo Carmo e subindo em direção a Sé. Cada casa colorida, os paralelepípedos históricos, as lindas Igrejas, as lojinhas e os bares... E quando penso em comida, penso logo na Oficina do Sabor, hummm! Deu fome! Ou uma cerveja bem gelada, lá no Marola, olhando o mar, pertinho... pertinho... É, não tem como não se apaixonar por Olinda!

Não vou falar da história da cidade, pois tem muito site com essas informações e até que eu compre e leia Olinda - 2º Guia Prático, Histórico E Sentimental, do Gilberto Freyre, não me sinto apta a entrar em detalhes sobre fatos históricos.

A maioria das pessoas conhece essa cidade por causa do seu famoso carnaval, isso eu nem falo, nem comento, pois já existem centenas de sites responsáveis que falam com detalhes sobre isso, a final, Olinda tem o melhor carnaval do Brasil. Mas é o melhor, não por causa do auê, mas por causa da riqueza cultural do seu carnaval e por ser uma festa totalmente democrática, onde ricos e pobres se misturam na folia pelas ruas do centro histórico. E tem mais, o carnaval não é só de frevo, têm os maracatus (de baque virado e de baque solto), os caboclinhos, escolas de samba, os afoxés, os blocos, as troças, os bonecos gigantes e tudo de graça. A Noite dos Tambores Silenciosos, para mim, é o momento mais espetacular do carnaval pernambucano! Mas sobre isso falarei em outro post.

Em Olinda, a gente encontra um pedaço do Brasil Colônia, em pleno século XXI. Esta é a impressão que se tem ao caminhar pelas ruas íngremes e tortuosas do Centro Histórico e apreciar seus casarões, conventos e igrejas. Com um olhar atento, a gente encontra restos de construções do século XVII e XVIII que formam uma espécie de mosaico do passado da cidade. Na loja “Artes do Imaginário do Brasil” (Rua Bispo Coutinho, 814 - Carmo - Olinda), ao entrar pelo portão da garagem, você nota o muro de pedra do lado direito, que, segundo informação do proprietário da loja, é da época dos holandeses. 

O mais gostoso num passeio ao Centro Histórico, é parar o carro na Praça do Carmo, e subir a pé pelo Amparo em direção a Sé. Não dá pra resistir, ao passar pelos casarões e casas antigas do caminho, e não dar uma olhadinha para dentro de suas janelas. Os móveis antigos, os pisos em madeira, tudo tem história naquele lugar. No sobe e desce de ladeiras, a gente se encanta com a paisagem e com detalhes que, quando passa de carro, passam despercebidos. Uma fechadura de porta diferente, um telhado de tribeira (pergunte ao guias locais o que é isso – rsrsrsrs), uma placa em latim, coisas que os olhos só notam com calma, detalhes tão pequenos, mas perfeitos.

Essa linda cidade conquistou meu coração e minha dica é que, quem quer conhecer Olinda, tem que vir duas vezes: a primeira para o carnaval e a segunda, fora da alta temporada, para conhecer seus detalhes, suas histórias e seus recantos. 

Fome1: Não deixe de almoçar na Oficina do Sabor (Rua do Amparo, 335, Cidade Alta – Olinda), peça “Jerimum Frevoé - recheado com camarão e lagostim ao molho de maracujá e arroz de coco”, simplesmente um orgasmo múltiplo! Eu nunca disse tanto “hum.. hum.. hum..” na minha vida, quanto disse ao comer esse prato pela primeira vez. É perfeito! Frutos do mar, jerimum, maracujá e arroz de coco, uma combinação mais que perfeita, chega a ser infame de tão gostosa! Ai que fome! Não ache o preço caro, pois isso é investimento. Um excelente investimento ao bom gosto e ao paladar, sua barriga vai agradecer por séculos! Outra vez eu estava lá e comi um camarão ao molho de jaca, um pecado! Somente o genial chef César Santos para fazer uma combinação dessas, camarão + jaca, ser sublime. Não suporto comida cheia de frescura, gosto de comer bem e sentir os sabores e odores da comida, e de uma coisa eu tenho certeza, como o próprio nome já diz, na Oficina do Sabor os pratos são bem construídos e lá eu aprendi a aguçar e a distinguir os meus sentidos. O melhor sabor, não só de Olinda, mas do Recife também.

Fome2: Se realmente não puder investir em um bom restaurante, deleite-se com a tapioca com queijo coalho e coco ralado no Alto da Sé, um pecado à gula - baratinho e muito gostoso.

Fome3: Se o barato é tomar uma cerveja bem gelada com um bom tira-gosto, ter uma vista privilegiada, bem juntinho do mar, ouvindo uma MPB de excelente qualidade, saia do Centro Histórico, desça em direção a orla de Olinda e vá para o Marola (Travessa Dantas Barreto, 66-B - Olinda), aproveite e peça agulhinha frita e queijo coalho com ervas, delícia! Os caldinhos, nem se fala! Ai fome, ai fome, ai fome! Almoço, pôr do sol, noite à dentro, tudo no Marola é festa! Ah, sem falar no Toninho, um garçom super gente boa que não deixa a cerveja esquentar.

Em 1982, Olinda recebeu o título de Patrimônio da Humanidade, concedido pela Unesco. E em 13 de julho de 2010, foi proclamada a Lei nº 12.286 [ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12286.htm ], que em seu Art. 1º diz que “Em 27 de janeiro de cada ano, a cidade de Olinda, no Estado de Pernambuco, será reconhecida, durante esse dia, como a Capital Simbólica do Brasil”. Uma bela homenagem a uma cidade tão linda.

Por tudo isso e mais um pouco, amo essa cidade.

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