domingo, 30 de janeiro de 2011

Mais que um clichê...

O Discurso do Rei (The King’s Speech)

Ano: 2011

Direção: Tom Hooper

Duração: 118 min.

Gênero: Drama

Elenco: Colin Firth (Rei George VI – Bertie para a família); Helena Bonham Carter (Rainha Elizabeth); Derek Jacobi (Arcebispo Cosmo Lang); Geoffrey Rush (Lionel Logue); Calum Gittins (Laurie Logue); Jennifer Ehle (Myrtle Logue); Dominic Applewhite (Valentine Logue); Ben Wimsett (Anthony Logue); Freya Wilson (Princesa Elizabeth); Ramona Marquez (Princesa Margaret); Michael Gambon (Rei George V); Guy Pearce (Rei Edward VIII – David para a família); Patrick Ryecart (Lord Wigram); Simon Chandler (Lord Dawson); Claire Bloom (Rainha Mary); Orlando Wells (Duque de Kent); Tim Downie (Duque de Gloucester); Timothy Spall (Winston Churchill).

Fantástico! Esta é a palavra para definir “O Discurso do Rei”. Eis uma aula de como fazer um filme emocionante sem ser de ação, ou 3D, ou cheio de papagaiada. Basta ter nas mãos um bom roteiro e um elenco de mestres da atuação para que o sucesso seja imediato. Não é à toa que “O Discurso do Rei” está com 12 indicações nesta 83ª edição do Oscar. Melhor Filme; Melhor Diretor (Tom Hooper); Melhor Roteiro Original; Melhor Ator (Colin Firth); Melhor Ator Coadjuvante (Geoffrey Rush); Melhor Atriz Coadjuvante (Helena Bonham Carter); Melhor Fotografia; Melhor Edição; Melhor Trilha Sonora Original; Melhor Direção de Arte; Melhor Figurino; Melhor Mixagem de Som.

Em 16 de janeiro de 2011, no Golden Globe Awards, considerado a prévia do Oscar, Colin Firth já arrastou o prêmio de Melhor Ator de Drama. Tudo indica que poderá ser o ganhador do prêmio maior com sua excelente atuação em “O Discurso do Rei”.

Sou fã ardorosa do Colin Firth desde seu apaixonante Mr. Darcy, mas como Bertie ele está simplesmente insuperável. Você vê todo o drama, todo o sofrimento e todo o desespero em seus olhos quando ele, Duque de York, tem que falar em público. Ele consegue passar para o espectador o medo, a tristeza, a vergonha e principalmente a solidão e o desespero de ser um homem público gago. Você sente com ele toda essa agonia. É simplesmente fantástico!

Isso sem falar no show à parte de Geoffrey Rush. Este notável ator australiano de 59 anos, já reconhecido pela academia por seu papel em Shine, agora tem mais uma chance de angariar outro Oscar com seu eloquente Lionel Logue, um homem que não se rende ao medo por respeito a um rei, mas se entrega nessa total amizade em busca de uma confiança há muito perdida.

E temos por fim a estranha Helena Bonham Carter, em um papel de âncora como Elizabeth (a Rainha Mãe), pois é ela quem dá a base e o apoio necessário a Bertie para que ele não desista e supere seus traumas e medos. Uma atriz fascinante quando está longe dos estranhos e obscuros personagens de seu marido (Tim Burton).

Um filme cheio de diálogos, de emoção e dramas. Esta é a história de um rei, um rei por ocasião, pois não lhe foi dado o trono como herdeiro principal após a morte de seu pai. O trono lhe veio somente após seu irmão David (Rei Edward VIII) abdicar de seu reinado para poder se casar com o amor de sua vida, Wallis Simpson, uma americana divorciada. [Um aparte: não gostei da forma como Edward foi retratado, nos dá a nítida impressão que ele era um homem totalmente fútil e inconsequente, dominado por uma mulher insuportável. Mas isso é outra história.] Voltando ao que interessa... Bem, Bertie, antes de ser coroado Rei, começa a tratar-se com o Sr. Lionel Logue, que o ajuda a controlar sua gagueira. Deste trabalho nasce uma grande amizade, onde profundas cicatrizes serão curadas com o tempo e muita perseverança.

O Discurso do Rei” é um filme brilhante, sem firulas e sem cenas de ação. É basicamente composto de diálogos e interpretações veneráveis. Se prendam aos detalhes, aos olhares de desespero, de súplica, de aceitação e apoio. É quase inconcebível aceitar a cena de um Rei aos gritos de shit, shit, shit, fuck you, fuck you, fuck you. Chega a ser até engraçado.

Fico imaginando toda a agonia que este nobre inglês passou durante boa parte de sua vida – como se não bastassem todos os protocolos, floreios e normas de comportamento e vivência – para controlar sua gagueira perante uma multidão de pessoas que contam com você como um ser quase divino. Deveria ser algo realmente sufocante e desesperador.

Para nós, pobres mortais, seres comuns, ser gago já é complicado, pois ser diferente normalmente é motivo de chacota. Imagine para um governante, um rei. Nada na vida vem fácil, e mesmo para um rei, ele teve muito mais batalhas pessoais a serem travadas e conquistadas, e superação é isso. Essa é uma história de superação e de amizade, um clichê bem batido em Hollywood, mas feito de uma forma primaz e contundente. Vale conferir.Excelente

Um comentário:

  1. Chego aqui e encontro uma porção de posts novos! E eu nem sabia! achei que você estava off ainda! rs

    mas adorei a surpresa!

    Ainda não vi The King's Speech, mas com certeza deve ser ótimo, Colin "Mr. Darcy" Firth está nele" ;)

    beijos

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