segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sem esperanças...

A Estrada (The Road)

A estrada Ano: 2009

Direção: John Hillcoat

Roteiro: Joe Penhall (baseado no romance de Cormac McCarthy)

Duração: 119 min.

Gênero: Drama

Elenco: Viggo Mortensen (o pai); Kodi Smit-McPhee (o filho); Robert Duvall (o velho); Charlize Theron (a mãe/esposa); Guy Pearce (o veterano).

Num futuro não muito distante, o planeta encontra-se totalmente devastado. As cidades foram transformadas em ruínas e pó, as florestas se transformaram em cinzas, os céus ficaram turvos com a fuligem e os mares se tornaram estéreis. Os poucos sobreviventes vagam em bandos.

Um homem e seu filho não possuem praticamente nada. Apenas uns cobertores puídos, um carrinho de compras com poucos alimentos e um revólver com duas balas, uma para cada um deles, e ainda tem que se defenderem de grupos de assassinos. Estão em farrapos e com os rostos cobertos por panos para se proteger da fuligem que preenche o ar e recobre a paisagem. Eles buscam a salvação e tentam fugir do frio, sem saber, no entanto, o que encontrarão no final da viagem. Essa jornada é a única coisa que pode mantê-los unidos, que pode lhes dar um pouco de força para continuar a sobreviver.

Este filme me deu uma angústia danada ao assisti-lo e quando terminou me senti tremendamente deprimida. Se o futuro da humanidade é aquilo, não quero estar viva quando isso acontecer, pois é horrível viver num mundo sem esperanças.

A relação de pai e filho é intensa e muito sofrida, não por desentendimentos, bem pelo contrário, mas por amor e por proteção. É horrível se imaginar no lugar do pai, com uma bala no revolver e olhar para o filho e dizer: “se eles te pegarem, se mate”. Meu Deus, que vida é essa? Eu assisti ao filme todo com uma tremenda angústia comprimindo dentro de meu peito e um nó na garganta. Filmes apocalípticos já são comuns, nunca me abalaram, mas todos mostram um futuro e um nascer do sol com esperança. Mas em A Estrada isso não acontece em momento algum. Não há luz no fim do túnel. O mundo é cinza, e as pessoas andam e andam, somente para existir. O espírito é de sobrevivência, sem certeza nenhuma e que o mundo que sobrou é extremamente cruel e devastador.

O pai passa o conceito de homens maus (os canibais – sim, isso existe neste mundo apocalíptico) e homens bons (no caso o pai). Mas por atitudes desesperadas de resistência a todas as desesperanças e crueldades que se vê no decorrer do filme, chega um momento em que você nota que o próprio filho começa a questionar se o seu pai está tendo atitudes de um homem bom, colocando em dúvida o conceito por ele aprendido. O homem empobrece o espírito por necessidade de sobreviver. Neste mundo, não existe compaixão, solidariedade e confiança. É terrível e doloroso, e muito, muito solitário.

A Estrada não é um filme fácil, é uma história triste e desesperançosa, onde nos faz questionar se ainda teremos tempo de reverter todo este terror que está por vir, se não cuidarmos melhor de nosso planeta. Nós, ainda, podemos ter esperança, mas por quanto tempo?

Se o filme é assim, imagina o livro...BOM

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