Tapete Vermelho
Direção: Luiz Alberto Pereira
Duração: 102 min.
Gênero: Comédia(mas para mim soa mais como um drama)
Elenco: Matheus Nachtergaele (Quinzinho); Gorete Milagres (Zulmira); Vinícius Miranda (Neco); Rosi Campos (Maria da Fazenda Paineiras); Ailton Graça (MST - Mané Charreteiro); Zé Mulato E Cassiano (Dupla De Violeiros No Bar Do Ico); Yassir Chediak (Seu Renato / O “tar”); Jackson Antunes (Gabriel); Paulo Betti (Aparício); Débora Duboc (MST- Sebastiana/mulher De Mané Charreteiro); Paulo Goulart (Caminhoneiro); Cássia Kiss (Tia Malvina); Cacá Rosset (Dono Do Cinema Em SP).
Uma bela e comovente homenagem ao Jeca mais famoso do Brasil – Mazzaropi. Muita gente nem ouviu falar dele nos dias de hoje, e nem faz idéia do quanto este homem, foi importante para o cinema nacional. Tapete Vermelho nos mostra a trajetória de Quinzinho, um típico jeca, que fez uma promessa de levar seu filho para assistir a um filme de Mazzaropi no cinema. O problema é que não existe cinema em sua cidadezinha do interior paulista e ele sai, juntamente com a mulher e o filho em busca dessa aventura. No seu caminho irão cruzar personagens do folclore e das lendas do povo da roça, mas como nem tudo é lindo, eles também vão ver de perto a dor, a perda e a maldade das pessoas.
É um filme simples, feito para gente simples, nem precisa pensar, basta assistir e viajar no tempo. Eu me senti criancinha voltando ao tempo dos filmes em preto-e-branco, dos risos por coisa boba e lembrei que os filmes hoje em dia são todos cheios de efeitos especiais, sem a nostalgia daquela época. Certo que as coisas evoluem, é óbvio! Mas deu saudade da simplicidade. O andar, os trejeitos do Matheus, não tem como não comparar e ver a cópia (quase idêntica) do Mazzaropi. Ah! E a pureza! Sim, a pureza no olhar, na confiança de dar seu burro a um estranho, de buscar incansavelmente seu filho perdido, e da modinha de amor para sua mulher. Gente pobre ajuda gente pobre, gente simples abre a porta da sua casa e dá a mão a quem mal conhece, coisas raras do nosso cotidiano.
Uma cena memorável é o deslumbramento de Neco, filho de Quinzinho, ao ver um cinema por dentro, pela primeira vez, aquela tela enorme, o olhar dele diz tudo. Eu já vi esse olhar antes, na minha filha, aos três anos de idade e ao assistir seu primeiro filme no cinema, e onde eu ouvi a pérola: “imagina o tamanho do controle remoto!”. Um momento mágico, inesquecível.
É isso aí, eu me encantei com esse filme tão simples, tão bobinho e tão singelo. Demorei muitos anos para descobri-lo, mas nunca é tarde para ver e recomendar uma boa estória. Parabéns ao elenco, ao roteirista, ao diretor, e a todos que tiveram a genial idéia de trazer aos dias de hoje algo tão simples e bonito.
Para quem quiser conhecer um pouco mais sobre Mazzaropi, existe um museu só dele. Vale conferir. http://www.museumazzaropi.com.br/
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