sábado, 28 de janeiro de 2012

A revolução do cinema nacional: 2 Coelhos

Depois de um longo tempo de ausência, voltei a postar… Aêêêêê!!! Aleluia!!! Mas sem sacanagens, é sério, eu tinha que voltar a postar, deixar de ser tão preguiçosa e escrever sobre coisas interessantes a se ouvir, ler ou ver. Bem, sinto que voltei em grande, para não dizer, enorme estilo, porque meu povo, esse filme que me fez sair do ócio (e olha que o ócio as vezes é saudável) levanta até defunto!!! Bem, vamos ao que interessa…

2 Coelhos 

2 COELHOS Ano: 2012

Direção: Afonso Poyart

Duração: 108 min.

Gênero: Ação; Nacional. 

Elenco: Fernando Alves Pinto (Edgar); Alessandra Negrini (Júlia); Caco Ciocler (Walter); Marat Descartes (Maicom); Thaíde (Velinha); Thogun (Bolinha); Neco Vila Lobos (Henrique); Roberto Marchese (deputado Jader); Robson Nunes (parceiro de Velinha); Norival Risos (pai do Edgar).

Edgar (Fernando Alves Pinto) encontra-se na mesma situação que a maioria dos brasileiros: espremido entre a criminalidade, que age impunemente, e a maioria do poder público, que só age com o auxilio da corrupção.
Cansado de ser vítima desta situação, ele resolve fazer justiça com as próprias mãos e elabora um plano que colocará os criminosos em rota de colisão com políticos gananciosos.
Na medida que o plano de Edgar é executado, descobrimos pouco a pouco suas reais intenções e sua história, marcada por um terrível acidente e um amor que ele jamais esqueceu. 2 Coelhos é um enigmático suspense de ação onde cada minuto vale mais que todo o passado.

Tem dois filmes de ação que amo de paixão:  Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (1998) e Assassinos Por Natureza (1994). Hoje eu assisti a 2 Coelhos, e tive a nítida impressão de que, pela primeira vez, na história da minha vida, um filme de ação nacional conseguiu me emocionar. Adrenalina na dose certa! Era como seu eu tivesse num filme do Guy Ritchie com o roteiro do Tarantino, mas não, é um filme nacional, e de primeira linha! Esbabaquei!

2 Coelhos – para entendê-lo coloque no liquidificador o Guy Ritchie (para quem não conhece o ex-sr. Madonna – afe!) e mistura ele com o Tarantino, bata até ficar no ponto de ebulição e o resultado dessa mistura se chama AFONSO POYART, gravem esse nome! Essa cara é (se não é ele, tem que virar) o gênio que deu nova vida ao cinema brasileiro. Velocidade, câmeras nervosas, trilha sonora, fotografia, efeitos especiais e põe especiais nisso!!! Tudo lembra o estilo de dois grandes gênios do cinema de ação moderno – Guy Ritchie e Tarantino - mas com uma super dosagem de cinismo e emoção, que fazem a adrenalina subir e atiça a curiosidade de saber onde tudo aquilo vai dar.2coelhos2

Fui seduzida desde o primeiro segundo do filme. Não tem como não alucinar com a velocidade do vai e volta dos fatos. Das imagens e dos desenhos impactantes. Aquele negócio meio vídeo game, meio desenho, meio Hamlet (“ser ou não ser, eis a questão”), mundo nerd, bandidos malvados, políticos corruptos. Fantástico! E tenho certeza que vai ter muito bundão por aí dizendo que o cinema nacional foi corrompido e agora resolveu copiar filmes americanos! Danem-se! Filmaço! Copiar coisa nenhuma. Afonso Poyart investiu no que tem de melhor dos filmes de ação: um fio para uma boa estória, um elenco afinadíssimo com o conceito do filme, uma trilha sonora incrível (parabéns ANDRÉ ABUJAMRA e MÁRCIO NIGRO), ação sem exagero e muita narração! Amo filmes narrados com velocidade. Dá uma sensação meio voyeur, como se você fosse um observador bem de pertinho, dentro da cabeça da pessoa que narra tudo. É um bate-e-volta alucinante, mas muito bom.

O elenco é uma outra história. Nele temos bandidos famosos (Thaíde, Thogun, Marat Descartes, Robson Nunes, entre outros), mocinhos fofos (Caco Ciocler e Fernando Alves Pinto), mocinha gostosa (Alessandra Negrini) – filme brasileiro não pode faltar a “gostosa”. Mas sem sacanagem, a Alessandra Negrini está linda neste filme, e como sempre dá um banho como atriz, ela tem um ar de deboche eterno fascinante! E tem o político corrupto (Roberto Marchese) e o advogado safado (Neco Vila Lobos). Os mocinhos não são tão mocinhos assim - o Caco Ciocler dispensa comentários, pois mais do que já provou ser um excelente ator e um fofo. Mas nesse filme ele está com um visual de foragido do Afeganistão. Não gostei daquela barba! E o Fernando Alves Pinto eu não conhecia, muito prazer! Arrasou! Fernando mais parece uma mistura de Tyler Durden (Clube da Luta) com Johnny Quid (Rock’n’Rolla). Jeito de bobo mas puro ácido! Muito bom! Ahhh! Os bandidos… Eles são tão bons na bandidagem e na maldade que conseguem arrancar risos em cenas de pura hemorragia. Isso é uma sacada genial, pois quebra a violência dessas cenas com a sutileza do riso.

E tudo isso vem embasado numa trilha sonora trabalhada com muita genialmente por André Abujamra e Márcio Nigro. Puro deleite com Lenine (Paciência), Radiohead (Exit Music), Tom Waits (I’m still here), Titãs (Será que é disso que eu necessito), 30 Seconds To Mars (Kings and Queens), Matanza (Imbecil) e, como não poderia faltar uma musiquinha ruim, Avassaladores (Sou foda). Tudo bem! Filme com bandido tem que ter funk. Não é preconceito, mas realidade.

Não falei da história e nem vou falar, pois quem quiser comprovar, levanta a bunda do sofá e vai para o cinema. Meu povo, sabe quanto tempo eu não pisava em um cinema? Séculos! Morro de preguiça de enfrentar aquelas filas, e sair do conforto do meu precioso sofá e da telona da tv. Mas esse filme valeu! E se eu tiver chance, assistirei novamente! É muito bom! Para fãs do gênero de ação, esse filme não deixa nada a desejar a qualquer filme estrangeiro. Valeu cada segundo que eu não consegui despregar o olho da tela. Muito bom! Amei e recomendo. Segue o link da página do filme… http://2coelhosofilme.com.br/#videos

transy_EXCELENTE

5 comentários:

  1. Respostas
    1. Pena que o grande público ainda não descobriu isso. Assisti numa sala de cinema quase vazia... Um filmaço desses merecia melhor divulgação.

      Excluir
  2. Vc soube expressar perfeitamente o que sentimos ao final do filme. Parabéns. Ótima resenha. Vou repassar aos amigos!

    ResponderExcluir
  3. Hahaha! Comentário perfeito sobre a trilha sonora! Não precisamos mesmo ser hipócritas, o "pseudofunk" (chamado por aí de "funk carioca") é ruim demais mesmo, aliás, nem é música, tecnicamente falando, mas combina com cenas de favela exatamente por ser o que se ouve em favela, transmitindo coerência a essas cenas.

    Também gostaria de assisti-lo novamente, afinal conhecendo o desfecho você passa a entender tudo melhor, e sempre acaba vendo coisas que passaram despercebidas, pequenos detalhes sutis nas imagens ou nos diálogos.

    Filmaço!

    ResponderExcluir

Related Posts with Thumbnails